O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, fez críticas às manifestações do presidente Jair Bolsonaro aos excessos cometidos pela Corte contra a liberdade garantida na Constituição, e parodiou o versículo de João 8:32.
Durante uma sessão virtual do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Barroso reiterou seu posicionamento antagônico ao presidente e sua atuação política, afirmando que o mandatário eleito é autoritário e atua para “criar ambiente de mentiras”.
“Quando esse debate é contaminado por discursos de ódio, campanhas de desinformação e teorias conspiratórias infundadas, a democracia é aviltada. O slogan para o momento brasileiro, ao contrário do propalado, parece ser: ‘conhecerás a mentira e a mentira te aprisionará’”, provocou Barroso.
O ministro, que se referiu aos cristãos que defendem maior transparência na apuração das eleições, como “pessoas totalmente do mal”, é conhecido por sua postura arrogante e vaidosa.
“Escrevem coisas horríveis. Tem uma espécie de cristianismo do mal no Brasil, uma inovação horrorosa, em que o sujeito fala: ‘Em nome de Deus, eu quero que você morra, em nome de Jesus, eu quero que sua família seja destruída’. Quer dizer, é tão absurdo isso, pessoas totalmente do mal que invocam a religiosidade das pessoas”, disse Barroso na ocasião, durante pronunciamento na Câmara dos Deputados.
O desprezo do ministro pela demanda popular de respeito à Constituição e preservação de liberdade que marcou as manifestações do 7 de setembro, ficou evidente na continuidade de sua fala na sessão do TSE:
“Quando esse debate é contaminado por discursos de ódio, campanhas de desinformação e teorias conspiratórias infundadas, a democracia é aviltada. O slogan para o momento brasileiro, ao contrário do propalado, parece ser: ‘conhecerás a mentira e a mentira te aprisionará'”, ironizou, parodiando o versículo bíblico.
“O extremismo tem se valido de campanhas de ódio, de desinformação, que visam enfraquecer os fundamentos da democracia […] Quando o fracasso bate à porta, porque é o destino do populismo, é preciso encontrar culpados. O populismo vive de arrumar inimigo para justificar o seu fiasco”, disse, valendo-se de adjetivações para evitar responder às demandas do povo.
A provocação de Barroso a Bolsonaro suscitou um questionamento importante do jornalista Rodrigo Constantino: “O iluministro está ameaçando prender Bolsonaro?”, escreveu ele em sua conta no Twitter.
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