Desde a tomada dos militares em fevereiro, os ataques a minorias religiosas aumentaram.
Uma igreja batista, no estado de Chin Ocidental, em Mianmar, foi atingida por disparos da artilharia militar, na tentativa de conter a resistência no país. O incidente ocorreu na noite de 14 de setembro e, de acordo com a Portas Abertas, o prédio foi danificado, mas não houve vítimas.
No dia 18 de setembro, porém, o exército birmanês, conhecido por Tatmadaw, bombardeou pelo menos 19 casas e um prédio do governo no estado de Chin, e um pastor batista acabou sendo atingido. Ele estava ajudando a apagar o incêndio em uma das casas, conforme relatou o International Christian Concern (ICC).
O pastor Cung Biak Hmun, da Igreja Batista do Centenário de Thantlang, que foi supostamente morto a tiros, deixou a esposa e dois filhos.
Cristãos estão sendo atingidos
O município de Thantlang, onde a maioria é cristã, está sob forte ataque do Tatmadaw. Milhares de moradores fugiram para Mizoram, na Índia, em meio a intensos combates entre as forças de defesa locais e o exército.
O ataque parece ser uma retaliação por um ataque anterior a um posto militar por grupos de resistência locais nos quais 12 soldados foram mortos.
“Tatmadaw, o exército de Mianmar, está desestabilizando o país, atingindo pessoas e propriedades das igrejas cristãs, matando civis e queimando aldeias e casas. Estamos realmente perplexos”, disse um cristão da aldeia depois que o exército ocupou e destruiu a igreja que frequentava.
Em junho, líderes da igreja no leste do estado de Karenni relataram ataques militares em pelo menos oito igrejas. A repressão que está acontecendo deixou as minorias religiosas étnicas em Chin e outros estados ainda mais vulneráveis.
Violação dos direitos humanos
O ataque dos militares a edifícios de igrejas, propriedades e casas de civis é um insulto à religião e aos crentes”, disse a Convenção Batista Chin, em comunicado, no dia 19 de setembro.
Após um golpe militar em Mianmar, em 1 de fevereiro, o país entrou em crise. Enquanto cidadãos de todo o país iam às ruas para protestar, as forças de segurança responderam com violência.
Até agora, pelo menos 1.105 pessoas foram mortas em áreas urbanas, mais de 6.500 presas e aproximadamente 176 mil pessoas foram deslocadas dentro do país.
Em resposta à violência, vários grupos armados étnicos que lutaram pela independência durante décadas, uniram forças com grupos de resistência locais, o que levou a uma escalada do conflito.
“O país está entrando em uma guerra que o levará à ruína. Os ataques às igrejas foram uma violação dos direitos humanos, bem como uma violação do direito humanitário internacional”, disse um comunicado do Instituto de Assuntos de Chin, com sede na Índia.
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