Naftali Bennett, o primeiro-ministro de Israel, viaja neste domingo (12) para os Emirados Árabes Unidos. Esta será a primeira visita oficial de um chefe de governo israelense à monarquia do Golfo, que normalizou suas relações com Israel em 2020.
"O primeiro-ministro Naftali Bennett partirá hoje [domingo] (...) para os Emirados Árabes Unidos. Espera-se que o primeiro-ministro se reúna amanhã [segunda-feira] com o príncipe herdeiro de Abu Dhabi, o xeique Mohamed bin Zayed", informou o gabinete de Bennett em nota.
É a primeira visita oficial de um primeiro-ministro israelense aos Emirados Árabes Unidos", afirmou.
Também espera-se que os dois líderes falem de "questões econômicas e regionais que contribuam para a riqueza, prosperidade e fortalecimento da estabilidade" entre Israel e Emirados.
A visita ocorre no momento em que foram retomadas em Viena as negociações para salvar o acordo nuclear iraniano entre Teerã e as principais potências (Estados Unidos, Rússia, China, França, Alemanha e Reino Unido).
As negociações foram criticadas por Israel, que pede a Washington que acabe com as tratativas e tome "medidas concretas" contra o Irã.
O acordo, que oferecia ao Irã o levantamento de algumas das sanções que prejudicam sua economia em troca de uma drástica redução de seu programa nuclear, sob um controle rígido da ONU, está paralisado desde que Estados Unidos se retiraram unilateralmente do pacto em 2018.
Washington restabeleceu as sanções, o que levou Teerã a desobedecer a maioria de seus compromissos.
Os Emirados, que compartilham com Israel a aversão ao Irã, continuam sendo um importante sócio econômico da República Islâmica.
No início de dezembro, o assessor de segurança nacional emiradense, o xeique Tahnun bin Zayed, visitou Teerã, a primeira viagem de um alto funcionário emiradense desde que as relações entre Irã e Arábia Saudita se romperam em 2016 depois que Riade executou um influente clérigo xiita.
Depois, os Emirados reduziram seus vínculos diplomáticos com Teerã.
Em 15 de setembro de 2020, Emirados Árabes Unidos e Bahrein se tornaram os primeiros países árabes do Golfo a normalizar publicamente suas relações com Israel, sob o impulso do então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Os chamados 'Acordos de Abraão' também geraram pactos semelhantes com Marrocos e Sudão. Eles foram assinados pelo ex-primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e aprovados pela atual coalizão governante de Israel, então na oposição.
Os palestinos as denunciam como uma traição, já que a resolução do conflito israelense-palestino foi durante muito tempo uma condição para qualquer normalização das relações entre os países árabes e Israel.