Catar proíbe militância LGBT na Copa do Mundo e promete confiscar bandeiras
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Publicado em 03/04/2022

O governo do Catar determinou a proibição de manifestações LGBT durante a Copa do Mundo, que será realizada no país entre novembro e dezembro deste ano, e afirmou que a medida visa a proteção dos ativistas.País muçulmano, o Catar tem legislação que criminaliza as relações entre pessoas do mesmo sexo, mas por conta da realização da Copa do Mundo, decidiu permitir que homossexuais visitem o país e prometeu boas-vindas.

No islamismo, a homossexualidade é considerada um pecado grave, e determinadas vertentes de interpretação (como a dos extremistas do Estado Islâmico) atribuem pena de morte à prática.

Entretanto, o major-general Abdulaziz Abdullah Al Ansari, responsável pela organização do evento, o país receberá homossexuais, mas não permitirá manifestações pró-LGBT nas ruas ou estádios.“Se ele [torcedor LGBT] levantou a bandeira do arco-íris e eu a peguei dele, não é porque eu realmente quero insultá-lo, mas para protegê-lo. Porque se não for eu, alguém ao redor dele pode atacá-lo… Não posso garantir o comportamento de todo o povo. E eu direi a ele: ‘Por favor, não há necessidade de levantar essa bandeira neste momento’”, declarou o general à agência Associated Press.

O general reiterou que a prática homossexual é afrontosa às crenças da população muçulmana: “Você quer demonstrar sua visão sobre o movimento (LGBT), demonstre-a em uma sociedade onde ela será aceita. Assista ao jogo. Isso é bom. Mas não venha e insulte toda a sociedade por causa disso”.Ao final da entrevista, o general – que é diretor do Departamento de Cooperação Internacional e presidente do Comitê Nacional de Contraterrorismo do Ministério do Interior – declarou que não se preocupa se o movimento LGBT se incomodar com a postura oficial do país:

“Reservem o quarto juntos, durmam juntos… Isso é algo que não é da nossa conta. Estamos aqui para administrar o torneio. Não vamos além das coisas pessoais individuais que podem estar acontecendo entre essas pessoas… esse é realmente o conceito. Aqui não podemos mudar as leis. Você não pode mudar a religião por 28 dias de Copa do Mundo”, enfatizou.

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