A Lei do Retorno a Israel, vale aos nascidos judeus, cônjuges de judeus ou pessoas com pais ou avós judeus.
Desde a invasão da Rússia na Ucrânia, em 24 de fevereiro, cerca de 13 mil ucranianos de origem judaica realizaram o “aliá” ou emigraram.
O termo em questão significa “ascensão” e é usado para conceituar o retorno de judeus a Israel, de acordo com a profecia escrita em Jeremias 31.8: “Vejam, eu os trarei da terra do norte e os reunirei dos confins da terra.”
De acordo com dados internacionais, cerca de 26 mil russos de origem judaica também foram para Israel.
A Lei do Retorno a Israel, vale aos nascidos judeus, convertidos, cônjuges de judeus ou pessoas com pais ou avós judeus, e dá o direito de se mudar para o país e adquirir a cidadania israelense.
Yuli Edelstein, membro do Knesset ucraniano, afirma que há uma sensação de que a história possa estar se repetindo.
“O perigo faz parte da experiência judaica na Rússia há gerações. Ninguém nunca vai esquecer isso. Quando deixei a Rússia, eu era muito jovem e sabia muito pouco sobre minhas raízes judaicas e Israel. Mas eu tinha um destino. Desta vez, as pessoas estão saindo com pressa, impulsionadas pelo medo”, comentou.
Vale ressaltar, que esse processo de “mudança” foi feito rapidamente para os ucranianos, mas a demanda entre os russos acabou sobrecarregando a Agência Judaica, que é responsável pelos processos.
Além dos 26 mil russos que já chegaram a Israel, só neste ano, outros 35 mil aguardam o processamento da papelada.
“Não está claro o que os russos esperam alcançar ao atacar a Agência Judaica. O governo não é monolítico [não é único, nem independente]. Talvez um ramo esteja tentando retardar a emigração e outro esteja ciente das possíveis implicações diplomáticas”, disse uma fonte que preferiu não se identificar.
“É difícil prever o que acontecerá a seguir, mas há dois resultados contraditórios: as pessoas terão medo de se apresentarem como candidatas ao aliá, agora que foi desaprovado pelo governo [e o número vai cair] ou os números vão aumentar ainda mais”, continuou.
“Consegui um passaporte israelense há muitos anos porque eu sabia que os dias sombrios da União Soviética poderiam voltar”, disse Anna Klatis, professora de jornalismo da Universidade Estadual de Moscou, que partiu para Jerusalém com sua filha de 16 anos, em fevereiro.
“É difícil para minha filha se adaptar a um novo lugar e aprender hebraico na escola. Talvez ela tenha que fazer o serviço militar aqui. Mas eu não poderia deixá-la crescer em um lugar onde as liberdades estão desaparecendo”, concluiu.