Atuando na defesa dos direitos das crianças e adolescentes, os Conselhos Tutelares se tornaram órgãos de grande importância para os conservadores e liberais, tendo em vista o poder que possuem como fiscalizadores e executores de políticas públicas em prol da sociedade.
Com o avanço do aparelhamento ideológico estatal por parte da esquerda política nacional, os conservadores resolveram se mobilizar para tentar reverter o cenário atual, conscientizando os pais sobre a importância de eleger conselheiros que defendam os princípios e valores da maioria da sociedade, que é judaico-cristã.
Como resultado, as eleições do último domingo demonstraram uma vitória esmagadora dos conservadores, que venceram em 70% dos pleitos em 22 capitais do Brasil. Os números, porém, provocaram uma onda de reações de intolerância em alguns setores da imprensa secular.
A deputada federal Bia Kicis, por exemplo, destacou a reação do comentarista Octávio Guedes, da GloboNews, que ao comentar a vitória conservadora nos Conselhos Tutelares, culpou a mobilização de lideranças evangélicas, como se os protestantes não tivessem o direito de defender os próprios interesses, exercendo cidadania.
“Não tem que levar a sua fé [para os Conselhos]”, disse Guedes. “A questão religiosa tem de ser debatida sem medo neste país, porque há um medo de parecer preconceito contra determinada religião. Vejo pastores que pregam o evangelho do ódio.”
Conceito distorcido
O comentarista da GloboNews, em outro momento, fez parecer que os cristãos não podem representar as suas próprias crenças e valores através do voto consciente, elegendo conselheiros alinhados aos princípios do cristianismo.
Em outras palavras, é como se o conceito de Estado laico devesse impedir a eleição de conselheiros cujos valores são norteados pela herança judaico-cristã, e não pelo liberalismo ideológico da esquerda, por exemplo.
“Mais do que direita e esquerda, vejo também um embate entre o Estado laico e um Estado religioso”, disse Guedes. “O conselheiro tutelar é um auxiliar da escola pública, (…) e o parceiro das escolas são os conselhos tutelares. É um trabalho fantástico, só que é o trabalho de um Estado laico.”