O Itamaraty emitiu uma nota na terça-feira (3) em que critica a visita do ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, à Esplanada das Mesquitas — localidade de Jerusalém considerada sagrada tanto por judeus quanto por muçulmanos.
Agora sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Ministério das Relações Exteriores afirmou “acompanhar com grande preocupação a incursão de Ben-Gvir”, que ocorreu na terça-feira. A nota ainda defende acordos internacionais que tratam da administração dos lugares sagrados muçulmanos em Jerusalém e o status quo da localidade.
“Ações que, por sua própria natureza, incitam à alteração do status de lugares sagrados em Jerusalém constituem violação do dever de zelar pelo entendimento mútuo, pela tolerância e pela paz”, aponta.
A pasta comandada pelo ministro Mauro Vieira ainda reitera a posição do Brasil em favor do equilíbrio e da paz nas relações entre Palestina e Israel. Durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), o Executivo federal adotou política mais alinhada ao governo israelense.
“O governo brasileiro exorta ambas as partes a se absterem de ações que afetem a confiança mútua necessária à retomada urgente do diálogo com vistas a uma solução negociada do conflito”, completa a pasta.
As tensões em Jerusalém
A incursão do ministro israelense recém-empossado elevou as tensões em Jerusalém. O complexo em questão é considerado o local mais sagrado para o judaísmo e o terceiro mais sagrado para islamismo.
A região contém a Mesquita de Al-Aqsa e os locais do Primeiro Templo e do Segundo Templo judaico, destruídos. Somente os muçulmanos podem rezar na região sob um acordo de décadas. Todavia, Ben Gvir acredita que os judeus também deveriam ter o direito de orar no espaço.
Político de extrema-direita, o ministro israelense já foi condenado por incitar o terrorismo e o racismo no passado.
Os palestinos imediatamente se opuseram à visita. “Condenamos veementemente o ataque do extremista Ben Gvir à abençoada Mesquita de Al-Aqsa e consideramos isso uma provocação sem precedentes e uma séria ameaça”, disse o Ministério das Relações Exteriores da Palestina em um comunicado.
Com informações de Abeer Salman, Irene Nasser e Elliott Gotkine, da CNN Internacional.